Escrever não é fácil, na realidade é bem difícil, eu estou sempre me perguntando se não me exponho demais, mas de que outra forma eu poderia ajudar outras pessoas? Escrevi o relato do meu puerpério, da depressao pós-parto, ainda não tive coragem de publicar, mas escrever ajuda, principalmente quando as pessoas a sua volta já estão cansadas de escutar o que você tem a dizer, aí você escreve, nem que seja só pra você. O que eu publico aqui não são lamentações, e nem quero que sejam encaradas assim, eu quero mostrar o outro lado, o lado que ninguém quer ver ou ouvir falar, o lado pelo qual muita gente passa mas não tem coragem de dizer, com medo de julgamentos, ou por achar que está sozinho nessa. Vou te dizer, não está não, olha eu aqui! Faz falta alguém que esteja lá, eu sei, existe abraço virtual? Eu posso te dar um. Eu posso te escutar, eu posso estar lá por você. Um beijo enorme no seu coração, e que Deus, em sua infinita bondade esteja com você, a cada passo que você der, e te ajude a passar por cada obstáculo que aparecer.
Lembro-me de uma fala de uma professora minha. Eu tinha 5 anos. Dentre outras aberrações que ela fazia comigo, disse-me um dia, ao me ver de canto, sem brincar com os amigos: criança não fica triste. Criança só pode ser feliz!
Esse é o grande entrave na relação de adultos com crianças. Fomos educados para nos relacionarmos com a infância sempre a partir de uma perspectiva feliz. Pureza, alegria, curiosidade são palavras e conceitos colados à criança. Tudo o que se opõe a isso é ruim. Então, criança não pode ficar triste, não pode silenciar, se entediar? Errado! Ser humanos é ser inteiro. E ser inteiro é ser tudo o que se pode ser, inclusive, ser triste.
Quando ficamos tristes, gostamos de colo, acolhida, atenção, silêncio. Por que somos incapazes de acolher a tristeza de uma criança? Por que sempre a distraímos com coisas externas?
Permita, abrace, acolha. Isso não é alimentar um comportamento. A melhor forma de fazer uma tristeza passar é deixá-la chegar e sair.
Marcelo Cunha Bueno
Os 19 mandamentos da pedagoga Maria Montessori para os pais.
1. Crianças aprendem com aquilo que está a seu redor;
2. Se você critica muito uma criança, ela aprenderá a julgar;
3. Se você elogia uma criança com frequência, ela aprenderá a valorizar;
4. Se a criança é tratada com hostilidade, ela aprenderá a brigar;
5. Se você for justo com a criança, ela aprenderá a ser justa;
6. Se você frequentemente ridicularizar a criança, ela se transformará em uma pessoa tímida;
7. Se a criança cresce sentindo-se segura, aprenderá a confiar nos outros;
8. Se você denigre a criança com frequência, ela desenvolverá um sentimento de culpa que não é saudável;
9. Se as ideias da criança são aceitas regularmente, ela aprenderá a se sentir bem consigo mesma;
10. Se você for condescendente com a criança, ela aprenderá a ser paciente;
11. Se você elogia o que a criança faz, ela conquistará autoconfiança;
12. Se a criança vive em uma atmosfera amigável, sentindo-se necessária, aprenderá a encontrar o amor no mundo;
13. Não fale mal de seu filho ou filha, nem quando ele ou ela estiver por perto, nem se estiver longe;
14. Concentre-se em desenvolver o lado bom da criança, de maneira que não sobre espaço para o lado mau;
15. Escute sempre a seu filho e o responda quando ele quiser fazer uma pergunta ou comentário;
16. Respeite seu filho mesmo que ele tenha cometido um erro. Deixe para corrigi-lo depois;
17. Esteja disposto a ajudar quando seu filho estiver procurando algo, mas esteja também disposto a passar despercebido se ele já encontrou o que procurava;
18. Ajude a criança a assimilar o que ela não conseguiu. Faça isso enchendo o espaço que o rodeia com cuidado, discrição, silêncio oportuno e amor;
19. Quando se dirigir a seu filho, faça isso da melhor maneira possível. Dê a ele o melhor que há em você.
“Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito , para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele.
João 3:16-17
"Se pela transgressão de um só a morte reinou por meio dele, muito mais aqueles que recebem de Deus a imensa provisão da graça e a dádiva da justiça reinarão em vida por meio de um único homem, Jesus Cristo. Consequentemente, assim como uma só transgressão resultou na condenação de todos os homens, assim também um só ato de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens. Logo, assim como por meio da desobediência de um só homem muitos foram feitos pecadores, assim também por meio da obediência de um único homem muitos serão feitos justos. a fim de que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reine pela justiça para conceder vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor."
Romanos 5:17-19, 21
Uma noite dessas eu tive um sonho um tanto quanto intrigante para mim. Basicamente eu estava no hospital onde ganhei Helena, onde várias mães amamentavam e estavam acontecendo vários partos normais, e eu acompanhava tudo. Tudo que eu queria e não consegui ter. É interessante a nossa mente né, enquanto não superamos os acontecimentos, nós continuamos remoendo dentro da gente, são pensamentos sabotadores, sabotam a nossa felicidade, quando achamos que está tudo muito bem, eles vêm e nos lembram de todos os detalhes. O parto normal eu superei, o importante é que ela veio bem e saudável, mas a amamentação eu não supero. Isso me corrói pro dentro, não me traz bem algum, na verdade só faz mal. É como se a cada passo que dou para frente em direção a superação, dou dois para trás, relembrando tudo. Que coisa mais chata! Ainda vivo em uma realidade que não me deixa esquecer, as pessoas falam, e não é por mal, mas atinge. Já ouvi várias vezes "mas você sabe, nada que o peito não resolva", não eu não sei, infelizmente essa nunca foi uma forma de acalmar Helena.
É tão mais fácil perdoar as outras pessoas né. Eu não me perdoo por ter adoecido, não consigo aceitar. Sigo aqui, com esse sentimento me corroendo cada dia um pouco mais por dentro. As feridas da alma são muito mais difíceis de curar que a físicas, e não há remédio no mundo que consiga atingir tão profundamente. E como se não bastasse, atinge as outras pessoas ao nosso redor, eu não sou mais a mesma, digo isso no sentido de tratamento, tentar lidar com seus demônios ao mesmo tempo em que precisamos lidar com as outras pessoas com quem convivemos é muito complicado, difícil demais, porque por mais que tentem não entendem, e eu agradeço por ter pessoas tão tolerantes ao meu lado. Como a gente se liberta disso?
Stefânia Acioli
@tevejomae
Passamos anos almejando aquele reconhecimento por tudo o que a gente se empenha para fazer, até que nos tornamos pais. Ninguém vê, nem presta atenção. Ninguém te vê caindo de sono, sentada no chão brincando, ou quando você vai por a criança para dormir e acontece o oposto, quem dorme é você, fazendo malabarismo enquanto segura a criança, pega o sabonete, canta, brinca e se estica pra pegar a toalha. Você correndo pra dar conta do fogão e da menina sentada no chão da sala. Mas todo mundo viu quando você parou por 10 minutos, o tempo de respirar e pegar a criança de novo, nesses 10 minutos você deveria estar fazendo alguma coisa, tirando aquela roupa do molho talvez? Que preguiça! E quando os pratos ficaram na pia, porque ou você parava pra ler ou ia lavar prato pela 5° vez no dia. Acordou 6 vezes na madrugada, mas tem que estar em pé as 7, não dorme mais que isso. Não é fácil e você precisa fingir que é. Que fique claro que isso nada tem a ver com reclamação, nem com achar que merecemos um parabéns por tudo que fazemos, porque fazemos por amor, não obrigação, amor, e no outro dia levantamos e fazemos tudo de novo, num ciclo que nunca termina. Mas ó, o reconhecimento chega, no sorriso, no abraço, nos bracinhos batendo no ar quando a gente chega, nas conquistas de cada dia, teve dedo nosso ali ein! Somos reconhecidos por quem importa, e como vale a pena! "Aaaa não trabalha né, so fica em casa cuidando do bebe", só, nós só estamos em casa cuidando do futuro. A gente aprende que nada, eu repito, NADA do que fazemos é suficiente, nós sempre deveríamos estar um passo a frente, sempre dava para fazer melhor. A maternidade é o trabalho que mais pressiona no mundo, não existe chefe que cobre mais de você que você mesmo, porque não existe objetivo de vida maior para uma mãe do que ser a melhor do universo.
Stefânia Acioli
@tevejomae