A gente renasce. Renasce mesmo.
Depois dos filhos nós vivemos um certo luto, rápido para umas ou demorado para outras. Isso porque a mulher depois do parto não é a mesma. Agora além de mulher é mãe. Acredite quando eu digo, é uma mudança gigantesca. Deixamos para trás muito do que fomos e renascemos com toda uma bagagem nova.
Deixamos de ser 1 para ser 2, 3, 4... Um coração só, passa a ser dividido. Até nosso cérebro muda! Algumas áreas "murcham" e tornam-se mais especializadas para atender ás necessidades do bebê.
Estou dizendo, nós mudamos. Para melhor.
Exercitamos diariamente paciência, empatia, multiplicamos o tamanho dos braços, do colo, do coração, nos tornamos seres mais completos, complexos. Multiplicamos o amor. Nos tornamos abrigo.
Aprendemos mais, muito mais que ensinamos. Damos exemplo, somos o exemplo. Mudamos hábitos, nos adaptamos e readaptamos, exercitamos a resiliência.
Nos desconstruimos, procuramos o eu de antes e ficamos tristes ao descobrir que a maior parte dele não existe mais, ao mesmo tempo em que ficamos felizes quando conseguimos descobrir que nós deixamos para trás exatamente o que precisávamos deixar, e assim nos reconstruímos em um novo eu, que trás exata e somente o que precisamos para seguir.
Nosso sorriso muda, nosso olhar muda, o beijo muda, o abraço muda. Nosso sorriso é capaz de fazer o outro sentir-se melhor, mais corajoso, amado, nosso olhar tem mais compaixão, nosso beijo cura e nosso abraço, ah! Nosso abraço é o melhor lugar do mundo para alguém que cabe inteiramente nele.
Nosso coração é capaz de aumentar um pouco a cada pulsação, só assim consegue guardar todo o amor que nem nós sabíamos que éramos capazes de sentir.
Eu te amo. Depois dos filhos nós descobrimos que o sentido dessa frase é mais amplo e basta um ponto no fim para que ela se complete, assim sem a necessidade de um "porquê". Eu te amo e ponto.
Stefânia Acioli
@tevejomae