Foto: Alex Green |
Semana passada um fato mexeu muito comigo, serviu como um gatilho para despertar ainda mais o que é vivo em mim, uma mulher de 22 anos aqui da minha cidade tirou a própria vida, estava com depressão pós-parto. Foi como se um filme passasse pela minha cabeça, depois da informação processada veio o arrepio, o nervoso, o coração palpitando, a vontade de chorar, foi como se eu estivesse lá com ela, como se eu sentisse a dor que ela estava sentindo quando tomou essa difícil decisão. Não a julgo e nem conseguiria, ninguém deveria. Como eu gostaria de a ter abraçado, aquele abraço bem apertado que eu sei que ela precisava.
Eu bato mais uma vez na tecla de que PRECISAMOS FALAR SOBRE ISSO! Nós precisamos colocar a depressão pós-parto na roda de conversa, abordar mais esse assunto, nós precisamos disso! Quantas precisam de ajuda e quase chegaram ao ponto que ela chegou? Eu tento imaginar a escuridão onde ela estava e onde tantas estão nesse momento. As pessoas ao redor de quem passa pela depressão pós-parto nem sempre estão atentas aos sinais, nem sempre conseguem enxergar. Nossa, eu tinha tudo! Eu tinha tudo, tudo o que alguém pode querer, mas eu só chorava, eu só sofria. Cadê a beleza? Não me deixaram sozinha com minha filha por um bom tempo, talvez por medo, hoje eu entendo isso, afinal eu nem comia.
Tristeza constante; Sentimento de culpa; Baixa auto-estima; Desânimo e cansaço extremo; Pouco interesse pelo bebê; Incapacidade para cuidar de si e do bebê; Medo de ficar sozinha; Falta de apetite; Falta de prazer nas atividades diárias; Dificuldade para pegar no sono; Desesperança; se você sente alguns desses sintomas ou conhece alguém que esteja passando por isso procure ajuda profissional, não espere mais, não espere! Não espere para buscar tratamento porque ele existe e não é vergonhoso ou sinal de fraqueza! Me ajudem a transmitir essa mensagem!
Nós precisamos falar sobre isso!