O COVID-19 afeta, inclusive, a saúde física e psíquica de quem não tem o vírus no corpo. Muitos não estão seguros dentro da própria casa, principalmente mulheres e crianças. Mulheres e meninas negras e de periferia, já marginalizadas pela socioeconomicamente, são as mais vitimadas. Dados do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, mostram que em 73% dos casos de violência sexual ocorre dentro de casa e em 40% das denúncias o agressor foi o pai ou o padrasto. A cada hora 3 crianças ou adolescentes são abusados no Brasil. Pensem que há muita subnotificação, afinal, como eu denuncio uma pessoa que está comigo 24h por dia? Como eu denuncio a pessoa de quem eu dependo financeiramente até para um pedaço de pão?
O fato é que, nesse momento, a vulnerabilidade e o sofrimento psicossocial das crianças disparou, e sem voz para pedir ajuda a situação tende a piorar. A negligência, a dificuldade em acessar os serviços de proteção, a diminuição da renda já escassa, que as obriga a procurar outros meios de levar comida para casa, torna essas crianças ainda mais suscetíveis a abuso e exploração sexual.
Para além desses grupos em situação de vulnerabilidade social, a criança da casa ou do apartamento ao lado pode estar sofrendo. É muito, muito mais comum do que se imagina. É preciso quebrar o tabu em relação à sexualidade e ficar atento também aos crimes virtuais.
Como denunciar? Para denunciar violência com a criança ou adolescente ligue o número 100. Para denunciar violência contra a mulher ligue 180. É flagrante? Você está presenciando naquele exato momento? Então ligue 190 e chame a polícia!