Não sei de onde se tira que criança para ser feliz precisa de um quarto abarrotado de brinquedos. Helena ganha muita coisa, o quarto tem muito brinquedo, alguns já doei, mas sempre está chegando mais. Nenhum desses brinquedos faz metade do que uma companhia é capaz de fazer. De nada adianta o chão cheio de bonecas se ninguém sentar com ela para brincar.
Nenhum dos carrinhos dá a atenção que ela precisa. Por mais que a tal boneca fale, cante, dance, faça xixi e cocô, nenhuma consegue substituir a nossa presença.
Por falar em carrinhos, me dei o trabalho de responder "ela nem brinca muito de boneca, prefere bola, carrinho..." Aí escuto o absurdo "aaaaa pode não! Não pode acostumar ela com bola não!" Respondi: "por que não? Lá entra carro, bola, dinossauro e o que ela quiser" me virei e saí.
Não sei porquê ainda parei para falar sobre isso, mas no momento não aguentei. Eu fui uma criança que teve muita coisa, até mais do que realmente precisava, mas nada disso me preencheria se eu não tivesse mães tão presentes.
Dê o brinquedo mais caro do mundo se você quiser, mas brinque junto, o carrinho elétrico de R$4.000,00 não vai preencher o vazio de pais ausentes.
Outra coisa, dê a oportunidade a seus filhos de conhecerem outros tipos de brinquedos, jogos e atividades. Saia do convencional, não limite seu filho ou sua filha ao que a sociedade acha que é certo. Coloque as crianças na escola de futebol, no ballet, nas artes marciais, na natação, seja qual for o gênero que designaram para ele(a) ao nascer.
Stefânia Acioli @tevejomae