A maternidade e o tempo
"Ô mãe!!" "Pai!!"
A gente nunca acha que vai ser tão cedo. O "mamãe" está dando lugar ao "mãe". Eu sei, a palavra continua com a mesma força, falada com a mesma intensidade, mas é que mudou, é que ela cresceu.
A gente nunca acha que o silêncio chegará tão rápido, que o colo será deixado de lado tão cedo. Aos pouquinhos as coisas vão mudando, sem que a gente se dê conta, e quando acontece a sensação que temos é que foi uma mudança abrupta.
De repente tudo que parecia eterno se mostra momentâneo. Tudo que parecia demorado e custoso demais acabou. Os momentos foram passando e passaram tão rapidamente que nós temos a impressão de que, por melhor que tenhamos aproveitado os tais momentos, não desfrutamos com a intensidade que mereciam, não os vivemos com a energia que idealizamos um dia.
Não sei, retrospectiva após retrospectiva procuro a bebê que tive um dia, encontro-a com cada vez menos frequência, mas ela ainda está por ali, ufa! Que susto! É impiedoso, não espera. Repentinamente, assim parece que acontece, esperamos ansiosas pelo próximo abraço, pelo próximo beijo, pelo próximo pedido de colo.
Já disse que a maior característica dele é a pressa? Dele, o tempo.
Stefânia Acioli
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