Como fica o casamento depois dos filhos?
Quando recebi o positivo, depois de processar a informação, comecei a pensar em tudo o que eu deveria ter e fazer para receber aquele bebê, mas principalmente achei que a minha família tinha que ser perfeita. Estávamos noivos mas não morávamos juntos, achei que tinhamos que alugar um apartamento logo, quem já viu não morar com ele durante a gestação? Moramos separados, até uma semana antes de ela nascer. Depois 1 mês e meio com minha mãe e mais 7 meses e meio com meu sogro.
Meu marido deveria se adequar ás nossas necessidades, esquecer as dele, como eu tinha esquecido as minhas. Eu entregue á uma bebê, o pai que trabalhava todos os dias sem descanso para pagar o aluguel, saí de casa 2x, chegamos á beira da separação. Assim foi por quase 2 anos, até termos nosso apartamento próprio e sairmos do aluguel.
Eu que não me reconhecia mais como mulher, como esposa, nem como filha. Não reconhecia mais meu corpo. Tinha vergonha do meu marido.
Falando em marido, onde nós ficamos? As novas preocupações, a privação do sono, a energia que não acompanha o ritmo da rotina. Faltava tempo para conversar tranquilamente, para nos olharmos como deveríamos, e as nossas angústias em relação ao casamento ficaram para depois que as necessidades do bebê fossem resolvidas, mas esse momento nunca chegava, a conta não fechava. Nos distanciamos, é verdade. Ninguém me disse que meu relacionamento mudaria tanto a ponto de quase chegar na separação, por 2 vezes. Não, não é regra, mas a separação é uma realidade para grande parte dos casais nos 2 primeiros anos do filho.
Diálogo é a chave, estou falando de sentar e conversar, o outro só saberá o que incomoda se houver conversa sincera. Enquanto ficamos no achismo, imaginando o que o outro estava pensando, querendo ou sentindo, ficamos nesse mesmo lugar, sem ir para frente, muitas vezes andando para trás.
Faz um exercício, antes de afirmar qualquer coisa em relação ao seu relacionamento diga: “o que eu percebo/entendo/interpreto é que...”. Coloque-se como principal responsável pelos seus próprios sentimentos e pensamentos. Acredite, nem tudo é o que parece ser.
Stefânia Acioli
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