Oportunidade e impossibilidade nas férias escolares
Hoje eu já tentei limpar a casa, só deu pro aspirador e ainda parei no meio do caminho para pintar com ela. Já tentei lavar os pratos que acumularam desde o café da manhã, só deu para passar sabão em 3 e tirar de 1, ela chorou pedindo colo, queria assistir televisão mas tinha que ser comigo. Já tentei tirar a roupa que está há 4 dias no varal, ela disse que queria dormir no meu braço, não dormiu, queria mesmo era aconchego. "Mamãe você não quer brincar comigo?" Ouvi enquanto repetia que não podia parar meus afazeres domésticos naquele instante. Esse texto que estão lendo foi pausado inúmeras vezes antes de ser finalizado.
Já tentei ler, já tentei pegar no computador, já tentei estudar pelo celular. No lugar de tudo isso pintei, dancei e desenhei. Nas férias eu enfrento os sentimentos ambíguos com mais intensidade. Ao mesmo tempo em que me sinto privilegiada por poder estar perto dela sempre, me sinto presa para realizar minhas tarefas, aquelas que vão além da maternidade.
Oportunidade e impossibilidade. Oportunidade de abraça-la mais, beijá-la mais, me conectar mais e descobri-la com todas as suas novas habilidades. Impossibilidade de continuar em um ritmo que estou acostumada. De fazer com que o andamento dos dois cursos que estou fazendo nessas férias seja da na velocidade como imaginei.
Ambiguidade, já falei dela por aqui. Enfrentamos esses sentimentos todos os dias, mas nas férias se maximizam. Férias são uma delícia e também tem seus momentos frustrantes. Mais conexão e mais caos. Me permito vivenciar os dois, da forma como dá.
Stefânia Acioli
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