Mãe, tu não imaginava
Tu não imaginava.
Tu não imaginava sentir tanto medo, ou alegria ao ver o positivo. Seja aquele positivo do xixi, ou o positivo do pedido de adoção;
Tu não imaginava ser tão julgada;
Tu não imaginava precisar tanto de colo, enquanto da o seu próprio;
Tu não imaginava que seria capaz de inventar tantas atividades nos dias de chuva;
Tu não imaginava duvidar tanto de si mesma, da sua capacidade de educar, de criar;
Tu não imaginava que tinha tanta força nos braços, para segurar uma criança por tanto tempo;
Tu não imaginava a dificuldade que é educar;
Tu não imaginava o tanto que seria solitário;
Tu não se imaginava repetindo tantas coisas que a sua própria mãe, a vovó, fazia;
Tu não imaginava ter um(a) mini você dentro de casa, e as vezes isso assusta;
Tu não imaginava ter que se reinventar, que se desconstruir e reconstruir, todos os dias;
Tu não esperava aprender mais que ensinar;
Tu não imaginava ser porto-seguro quando você mesma precisa atracar, nem transformar teu colo em ninho quando você é quem precisa se aninhar;
Tu não imaginava a cama compartilhada, sentir tanta necessidade de ter a cria por perto;
Tu não imaginava que as vezes teria vontade de devolver, que por mais calma que seja o grito as vezes sairia mais fácil do que você imaginava;
Tu não imaginava ter que se doar muito mais que receber, e ainda fazer com o maior prazer;
Tu não imaginava ser capaz de rir querendo chorar, transmitir paz estando em meio ao caos;
Tu não imaginava que tuas asas fossem capazes de crescer tanto;
Tu não imaginava ser mãe, talvez;
Tu não imaginava que só seria reconhecida por tudo isso apenas 1 dia a cada 365 de renúncia;
Tu não imaginava amar tanto;
E com certeza, você não imaginava ser tão amada.
Feliz dia, todos os dias.
Stefânia Acioli
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