Questão isolada da prova
Não é fácil estar sempre em segundo lugar. Não me leve a mal, estou nesse momento no banco da pracinha escrevendo esse texto enquanto Helena está no pula-pula, eu ainda considero um privilégio poder acompanhá-la em todos os momentos. A risada gostosa me encanta, eu estou feliz com ela gargalhando sem parar, ao mesmo tempo em que lembro da apresentação que preciso terminar, todos os assuntos que preciso estudar, os produtos que preciso fazer para vender...
Quando começo a pensar nisso tudo, fica difícil me entregar por inteiro, por inteiro mesmo, mente e corpo, aproveitar como deve ser feito, prestando atenção a cada detalhe que merece nosso olhar.
Vamos desromantizar a ideia de viver para os filhos. Não é tão simples e fácil como parece. Eu sei que fazemos com o maior prazer do mundo, mas isso não significa que em muitos momentos não nos sentimos deixadas para trás. O fato de escolhermos ficar em casa, não diminui a nossa vontade de crescer e prosperar nos outros campos da nossa vida. O mercado de trabalho não perdoa e quanto mais tempo em casa você passa, menos tempo de experiência profissional tem, essa é mais uma das consequências com as quais arcamos todos os dias.
Não, ficar em segundo lugar não é só comer frio e deixar o cabelo para depois, tem muito mais por trás disso. E não é exclusivo de quem escolheu ficar em casa, aquela que sai todos os dias de casa para o trabalho também tem as consequências de suas escolhas para arcar.
A vida é sim feita de escolhas e depois da maternidade você tem fazê-las todos os dias. Para grande parte das mulheres, ou a maioria, estar na primeira alternativa é uma questão isolada da prova.
Sabe o banquinho da praça? Esse texto não foi terminado nele.
Stefânia Acioli
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