Meus 6 meses de Big Chop!
Me dei conta de que no último sábado (04/07) completei 6 meses de Big Chop. Nesses 6 meses descobri mais produtos que nos 26 anos anteriores, passei a amar cuidar do cabelo que nunca tive paciência de olhar com mais calma. Me acostumei com o volume que eu odiava, percebi que o frizz é típico do cabelo cacheado e não quer dizer que meu cabelo está assanhado.
Sigo me perguntando como não fiz isso antes, mas entendo que tudo acontece no tempo certo. Só aos quase 26 anos tomei consciência de que o desejo pelo cabelo lisinho, alinhado, sem volume não era meu. Essa preocupação com o cabelo não é inerente, me foi imposta. Foi imposta, também, à minha mãe, que tendo o cabelo liso sem nenhuma onda, tinha que dar um jeito no cabelo da filha dela, e ela, que nunca me forçou a nada, cedeu aos meus pedidos, ainda na infância, para alisar o cabelo, talvez assim eu conseguisse me encaixar no cubo que, como eu acreditava, mesmo não sendo do meu tamanho, eu deveria entrar.
Hoje, quando vejo relatos de mães me dizendo que as filhas de 3, 5, 7 anos pedem para se encaixar naquele mesmo cubo, atinge a mim.
Como mãe, tia, prima, mantenho constantemente o cuidado ao falar com minha filha e qualquer outra criança sobre seus cabelos. Ensino Helena a amá-lo, cuidá-lo, sem forçar absolutamente nada. Manter os cachos não deve ser parte da ditadura, também não quero projetar nela a minha frustração, ela pode, assim que souber de todas as consequências de suas escolhas, optar por alisá-lo, mas que seja por ela. Que parta dela, que não seja apenas mais uma mulher a ceder ao que lhe querem impor. Porque já aconteceu de falarem de seu cabelo, vai continuar acontecendo, mas eu quero ter a certeza de que, da nossa parte (minha e de seu pai) isso não foi incentivado, estimulado.
E se um dia ela der uma resposta direta aos inconvenientes, porque ela é sim estimulada a falar o que eu calei, eles que lutem para aceitar que não vamos mais nos curvar.
Stefânia Acioli @tevejomae
Hoje, quando vejo relatos de mães me dizendo que as filhas de 3, 5, 7 anos pedem para se encaixar naquele mesmo cubo, atinge a mim.
Como mãe, tia, prima, mantenho constantemente o cuidado ao falar com minha filha e qualquer outra criança sobre seus cabelos. Ensino Helena a amá-lo, cuidá-lo, sem forçar absolutamente nada. Manter os cachos não deve ser parte da ditadura, também não quero projetar nela a minha frustração, ela pode, assim que souber de todas as consequências de suas escolhas, optar por alisá-lo, mas que seja por ela. Que parta dela, que não seja apenas mais uma mulher a ceder ao que lhe querem impor. Porque já aconteceu de falarem de seu cabelo, vai continuar acontecendo, mas eu quero ter a certeza de que, da nossa parte (minha e de seu pai) isso não foi incentivado, estimulado.
E se um dia ela der uma resposta direta aos inconvenientes, porque ela é sim estimulada a falar o que eu calei, eles que lutem para aceitar que não vamos mais nos curvar.
Stefânia Acioli @tevejomae
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