Mãe, onde você errou?
"Doutor, onde eu errei?" ela perguntou quando o médico diagnosticou a depressão de sua filha.
Onde ela errou? Imagina, adotar uma criança, fazer de tudo por ela, passar por cima de muito preconceito e falta de acolhimento e aparecer uma depressão.
Ela não foi suficiente para aquela criança que escolheu amar?
A gente nunca vai. Mãe nunca será suficiente para completar seus filhos. Não importa o que faça. Ainda bem que é assim. Mas essas mulheres se culpam pela queda, pela nota baixa na escola, pela doença, pelas frustrações do filho... Quem sabe se eu tivesse feito diferente há 10 anos...
Ouvi em um podcast do Guilherme Facci que é prepotência achar que tudo é culpa nossa, porque se assim for, quer dizer que somos o centro do mundo e depende de nós que continue a girar. Esse apontamento me despertou para uma questão, o que nós estamos buscando enquanto mães?
Se a todo momento lembramos que somos humanas e está tudo bem, por que continuamos nos culpando pela nossa humanidade? Por que continuamos deitando todos os dias no travesseiro do remorso, nos sentindo mães de merda por cada vírgula fora do lugar, quando a responsabilidade de fazer o mundo ideal imaginário continuar a girar não é nossa? A gente tem que padecer no paraíso?
Não somos o centro do mundo. Isso tira um peso enorme das nossas costas.
Stefânia Acioli
@tevejomae
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