Ano de readaptações
Dia 29/01 ela começa na escolinha. Fiz a matrícula dela no dia 22/12/2017, mas ainda não tinha encontrado uma forma de falar sobre isso aqui. Talvez pelo fato de eu estar fugindo do assunto, tentando me desvencilhar da idéia. Confesso que achei que seria mais tranquilo, mas a cada dia que passa a idéia de deixá-la sob os cuidados de desconhecidos me dói mais e mais, até que me traz a vontade de desistir, afinal se aguentei até agora posso esperar mais um pouco não? Mas isso não significaria continuar me anulando para viver a vida de outra pessoa? Sim porque a vida que eu vivo hoje não é minha, é dela, da minha filha, vivo para ela e com ela 24h por dia, sem descanso e nenhum outro foco. Eu sei que preciso disso, pensar em algo que não seja maternidade, mas está me doendo e doendo muito. Imagina deixá-la chorando, entrar no carro e ir embora? O que eu vou fazer em casa durante a tarde? Tudo bem que não falta serviço quando se tem criança em casa, mas e o vazio?
Não sei qual será a minha reação no dia, mas de uma coisa eu tenho certeza, chorarei até dar a hora de ir buscá-la, é quase como a minha vida separada de mim por algumas horas. Mas mesmo doendo sei que me readaptarei e com o tempo voltarei a ser a Stefânia de quem eu sinto falta há tanto tempo. E aí quem sabe me reencontrarei, ou melhor, me encontrarei, afinal todo esse tempo vivendo para ela me trouxe algo que nenhuma outra experiência seria capaz de trazer, a certeza de que contrário ao que a depressão me diz, toda a mudança do meu "eu" era exatamente o que eu precisava para ser mais resiliente e sentir que posso ser mais do que imagino. Eu vou sobreviver, prometo, a não ser que ela não me dê nem tchau, aí eu infarto lá mesmo!
Stefânia Acioli
@tevejomae
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