Meu coração na mochila
Quinta-feira teve reunião de pais na escola, na hora que desceu do carro e viu as professoras, ela agarrou na minha perna e só entrou no salão no braço. Esses dias ela anda meio enjoadinha, choro fácil, irritada com facilidade, como quem sente que a rotina está prestes a mudar. Amanhã começa na creche. Eu posso dizer que ainda não defini meu sentimento quanto a isso, no momento em que escrevo estou pensando em desistir, talvez ela seja muito nova, talvez o emprego possa esperar mais um pouco. Mas mais cedo eu tinha a certeza de que será bom para ela, coleguinhas novos, se desenvolverá melhor e mais rápido, talvez.
Eu disse que duas semanas antes começaria a fazê-la dormir sem estar no braço balançando, para ela não sofrer tanto, ja que eu sei que as professoras não irão nina-la, posso dizer que fracassei em partes nesse quesito, o balanço eu parei, mas o braço continua aqui, inclusive é onde ela dorme nesse momento.
Arrumando a mochilinha dela, eu percebi que não esperava fazer isso tão cedo, mas o quê na maternidade sai do nosso jeito?
Essa semana ela só fica na creche por 3h, as 3h mais eternas da minha vida. Como será que ela reagirá? E pior, como eu vou reagir? So de pensar me dá palpitação. Agora o que me resta é me preparar para sentir exatamente o que eu vou dizer a ela amanhã, que vai ficar tudo bem, que é só um período difícil de adaptação, mas se já passamos por tanto juntas, isso iremos tirar de letra.
Como me sinto não sei, mas de uma coisa eu tenho certeza, dentro da mochila, no meio de toalha, fraldas e roupinhas, vai um pedaço do meu coração.
Stefânia Acioli
@tevejomae
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