As mulheres mais incríveis do mundo
Eu disse que fui adotada pela mulher mais maravilhosa desse mundo. Na verdade duas mulheres, porque minha madrinha também é minha mãe. As duas passaram por infâncias de baixas condições, começaram a trabalhar desde muito cedo. Minha madrinha diz que andava entre os 3 trabalhos dela com um sapato furado, não fez medicina porque exigia tempo integral, era ela que sustentava a casa, não dava, fez biologia, foi professora, uma das melhores diga-se de passagem. Coquistou tudo o que um dia não imaginou. É aposentada, das salas de aula, mas não da profissão, continua sendo professora, de amor, caridade e bondade. Minha mãe diz que foi pra o Rio de Janeiro tentar uma vida melhor, passou 2 anos, não viu a vida melhor, morava onde dava, inclusive na casa de um tia, onde ela preferia não ter morado. Fez uma cirurgia, estava sozinha. Batalhou, centavo por centavo, para ter seu primeiro carro com 55 anos, depois de aposentada, quando eu fiz 18 anos, ela tinha medo de dirigir, sim, o carro foi para mim, um celta branco, lindo. Não recebeu carinho da mãe, nunca um beijo ou um "eu te amo", minha avó é um pouco ranzinza, sempre foi, é dela. Foi funcionária pública, me adotou quando se sentiu pronta para ser mãe, e até que provem o contrário é o sangue dela que corre nas minhas veias. Também ensina o amor e a bondade, não mede esforços para ver filha e neta felizes. Eu preciso delas, eu preciso das minhas guerreiras. Hoje eu tenho tudo, duas mães maravilhosas, a palavra que define é gratidão, primeiro a Deus que escolheu as duas a dedo para mim, depois a elas, por tudo, pela vida, elas me dão a vida, todos os dias, e pelo amor, por mim, mas principalmente pela minha filha, pelo brilho nos olhos quando ela chega, pela preocupação quando ela vai embora. Nós precisamos delas, das duas, das nossas mamães vovós, das nossas baixinhas, das nossas guerreiras, das nossas duas mulheres, nós precisamos, eu e Helena.
Stefânia Acioli
@tevejomae
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