Desapegue da vida de antes da maternidade
Desapegue da sua vida de agora, da casa sempre arrumada. Em certo momento, seu bebê que nasceu ontem começará a explorar a casa, deixar sua sala revirada, digo, com uma decoração diferente;
Desapegue do horário sempre certo, da rotina certinha, das regras rígidas. Alguns dias calmos serão seguidos de dias caóticos, apressados, procure praticidade, se algo ficar para depois tudo bem, você não tem que dar conta;
Desapegue do banho relaxante e demorado, do cabelo sempre lavado e hidratado. Provavelmente virá muito coque, o banho, quando ocorrer, será com uma criança te olhando sentadinha no bebê conforto.
Desapegue da calma, desapegue do silêncio. Ao mesmo tempo, aproveite quando ocorrerem, esses momentos são preciosos e ficarão cada vez mais escassos;
Desapegue da presença em todos os compromissos. Em alguns dias você não vai ter coragem de acordar a criança para sair, em outros você estará tão cansada que pensará 20x se vai ou não, no fim decidirá pelo conforto do seu lar;
Desapegue das comparações. Seu filho é único, isso faz dele uma criança especial. Não se preocupe, tudo acontecerá como e quando deve acontecer;
Desapegue de alguns pré-conceitos, desapegue de julgamentos. Seu filho só é perfeito até nascer. Desapegue do idealizado. A sua melhor arma é o conhecimento, leia, estude, educar uma criança não é fácil. Você também passará por momentos que nunca imaginou, não com seu filho, aqueles mesmos momentos em que você julgou os outros pais.
Desapegue das palavras "nunca" e "sempre". Elas não existem no vocabulário materno/paterno. Talvez a criança calma no shopping, se torne a que se joga no chão por um brinquedo. Eles não serão sempre iguais, seu maternar também não.
Desapegue da vergonha. Você precisará sim de ajuda, todas precisamos, peça. Se tem a quem pedir, peça. Seja do moço da marmita, seja da vizinha ou da família;
Só não desapegue de uma coisa, equilíbrio. Agarre-o com todas as suas forças, diminua sua frustração por não ter a família "perfeita", por não ser a mãe perfeita, ninguém tem, ninguém é.
Stefânia Acioli
0 comentários