Não basta ter força de vontade para ser produtiva com filhos!
“Quem quer faz”; ”É mais fácil arrumar uma desculpa do que correr atrás”;
“Quem tem força de vontade consegue”;
Frases que você já deve ter ouvido por aí.
Essa da foto sou eu com Helena no colo, enquanto tentava terminar meu TCC, que foi apresentado quando ela tinha 3 meses. Guerreira. Não, não tem como romantizar isso. Foi pesado. Perdi as contas de quantas vezes cochilei na frente do computador. E só consegui terminar e apresentar porque tive o privilégio de ter minha mãe comigo por duas semanas antes da data de entrega.
Não me venham com papo de que eu tive filho no último semestre porque quis, o famoso “você que lute, quem pariu que mantenha e balance”. Ninguém consegue cuidar de uma criança completamente sozinha, sem que isso enfraqueça sua saúde mental e física ou acabe com ela.
Se essa responsabilidade atribuída ás mulheres pelos cuidados com os filhos toma energia e muitíssimo tempo, de onde saem essas variáveis se não de outros âmbitos da vida como estudo, trabalho e lazer? Os prazos não são maiores para quem cuida. As metas não são menores. O trabalho não é mais flexível. O grande aumento de mães empreendedoras se dá, também, pela falta de políticas públicas que deem condições de trabalho á quem cuida. Independe de pandemia, basta colocar na balança: o preço de uma creche ou escolinha particular de um lado e o salário que essa mulher/mãe recebe do outro lado. Quantas vagas para creches públicas estão disponíveis em sua cidade e qual o tempo que se leva para conseguir uma? Não há equilíbrio.
Incompetência, inferioridade, culpa são só alguns dos muitos sentimentos que afligem quem tenta dar conta de tudo tendo mais uma variável na equação: filhos.
De maneira alguma a culpa é da criança ou da mulher, é a sociedade e o sistema não estão preparados para nós.
Stefânia Acioli @tevejomae
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