Seu maternar pesa como o meu?
É pesado, sinto a maternidade pesar quase todos os dias nas minhas costas, nos mínimos detalhes, ao mesmo tempo em que sou regada a privilégios, escola com horário estendido, casa própria, carro... Eu reclamo, ponho para fora tudo o que incomoda, principalmente através da escrita. Reclamo porque é inerente, não vou pregar uma positividade tóxica, quando o que queremos é dar um grito.
E mesmo assim, tenho consciência de que meu maternar não tem o mesmo peso que para…
A mãe preta;
A mãe solo;
A mãe em situação de vulnerabilidade social;
A mãe atípica, segurando a barra da mulher guerreira;
A mãe de uma criança preta;
A mãe que sofre violência doméstica;
A mãe de 3 que precisa deixá-los sozinhos em casa;
A mãe que escolhe entre o pão de casa e um lanche para os filhos;
A mãe que consegue terapia pelo SUS, para ela e para a o filho, mas precisa pagar o ônibus e não pode;
A mãe imigrante;
A mãe que precisa se separar dos filhos;
A mãe adolescente;
A mãe em intenso sofrimento psíquico;
A mãe que não gosta de ser mãe;
As mães lutando pelos seus direitos em uma maternidade homoafetiva.
Nenhuma maternidade é igual a outra. Mesmo em situações e contextos semelhantes. Entender isso, é dar espaço para que todas tenham voz.
Negar outras realidades e lutas, não faz com que elas deixem de existir, apenas apaga ainda mais aquelas que já são praticamente invisíveis, marginalizadas, isoladas.
A maternidade tem pesos diferentes, para pessoas diferentes.
Stefânia Acioli
@tevejomae
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