Quem abraça a mãe?
Foi um caos.
Em meio a gritos, choro e muito protesto, ela entrou no banheiro e ficou sentada no chão, enquanto o pai lidava com a situação. O choro dela também veio.
Em certo momento pensou que um simples abraço na criança resolveria o stress, mas ela não conseguiu levantar.
Enquanto chorava pensou “quem me abraça?”. Ela queria ser colo, mas ali, também precisava dele.
Entrou no chuveiro, deixou a água quente cair nas costas, o barulho daquelas gotas abafando os gritos que vinham do quarto. Respirou fundo, é muito querer um pouco de espaço?
Quando finalmente conseguiu sair do banheiro, deu de cara com uma criança soluçando “cadê minha mamãe?”. Mas ali, diferente de alguns minutos antes, conseguiu dar um abraço. E a tempestade cessou, as nuvens se afastaram e abriram espaço para um lugar calmo.
Ela poderia ter abraçado a filha antes e acabado com tudo logo? Não, não poderia.
Porque para ser abrigo, ela precisava estar. E, naquela noite, para estar, ela precisou de mais tempo.
Stefânia Acioli
@tevejomae
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