Adaptações - relacionamento depois dos filhos
Depois de 6 anos tivemos nossa filha. Éramos noivos, não morávamos juntos. Filhos estavam lá embaixo na nossa lista planejada, havia algumas coisas que queríamos fazer antes deles chegarem. Mas desde o início tivemos em mente que era para ser assim. Ovulei tardiamente, depois de 5 anos de remédio e engravidei de primeira.
Só passamos a morar juntos de fato, quando Helena nasceu. Não foi fácil. A começar pela dupla adaptação pela qual ambos tiveram que passar sem muita escolha. Não, namorados e noivos, não chegamos nem perto de saber como era de verdade um casamento. Eu me adaptando á ele e Helena, enquanto ele adaptava-se a mim e á ela. Tudo ao mesmo tempo, sem muito tempo. Eu mergulhada na maternidade em um nível tão profundo quanto pude atingir e ele tendo que trabalhar dia e noite para nos manter. Não foi fácil.
Os dias pareciam muito longos e as noites bem curtas. Por vezes silenciar foi a melhor solução. Em outros momentos o diálogo funcionou melhor. Me vi de repente querendo ensiná-lo a ser pai e marido, ninguém me ensinou a ser mãe e esposa, eu aprendo sozinha todos os dias, mas nossos tempos são diferentes e eu pensei de verdade que ele precisava que eu o ensinasse o que ele aprenderia por conta própria e faria como achasse melhor. Não foi fácil.
A solidão era minha parceira e muitas vezes eu pus a culpa nele por isso. Ele teve que aprender a lidar dia e noite com uma mulher recém-nascida, que muitas vezes reclamou de coisas que ele não entendia. Além disso, a responsabilidade que veio junto com a paternidade talvez o tenha pego de surpresa. Agora além de uma namorada geniosa, ele tinha uma filha mais geniosa ainda, com quem teve que aprender a conviver todos os dias, sendo ele a calma em pessoa. Assim como eu tive que aprender a conviver com a calma sendo eu o "para ontem" em pessoa.
O que eu posso dizer que afetou a ambos foi o fato de não poder dedicar 100% do tempo ao casal, como teríamos feito caso Helena tivesse nascido só após o casamento. Nós fomos de Wagner e Stefânia diretamente para o casal mãe e pai de Helena. Ficou difícil ver um filme sem ter que correr para o quarto do bebê na metade. O cansaço a noite muitas vezes diminui o tempo da conversa. O tempo é outro, a responsabilidade é outra, a disponibilidade para o outro mudou, os horários mudaram. As prioridades não são as mesmas, tudo mudou, inclusive a gente.
Vou lembrar que não foi fácil, e continua não sendo. Todos os dias são de adaptação, todos os dias são de aprendizado. Hoje bater o pé não tem vez, um dos dois tem que ceder. Tentar, tentar e continuar tentando melhorar. Aos poucos vamos chegando lá!
E pra você? A adaptação ao relacionamento com filhos foi fácil ou difícil?
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