Oscar para viagem de avião
Foi a primeira viagem de avião dela. Em Março, viajamos a São Paulo, só eu e ela. Ida super tranquila, mesmo com a conexão de 1h, que nem parece que demorou isso, Helena se comportou bem e até dormiu no avião. Demos sorte que o rapaz ao lado saiu e ficamos com duas poltronas, Deus teve dó!
Mas eu vou te dizer, viajar sozinha com uma criança de 1 ano e 6 meses deveria ser uma categoria do Oscar, haja energia, paciência, mais energia, mais paciência, braço, energia, paciência, energia e paciência.
Por estar em local desconhecido, muitas vezes só se acalmou no colo, haja braço, e energia e paciência. Se a bolsa dela anda cheia, viajando eu quase levava a mala inteira dentro. Bota leite, 2 trocas de roupa, fralda, lanche, mamadeira, chupeta reserva, carteira... Voltando ao fato de estar em local completamente desconhecido e com pessoas também desconhecidas, um dos maiores desafios em meio ao caos foi pensar sempre nas birras como uma forma de demonstrar apreensão, medo talvez, receio, uma forma de dizer "ei, não sei onde estou, preciso que você me proteja e me explique". Conversar bastante com ela foi a forma que eu encontrei de diminuir um pouco esse receio.
Na volta aconteceu algo engraçado, para não dizer desesperador. Cheguei no Aeroporto com ela dormindo, empurrando uma mala de 23kg, uma mochila nas costas, minha bolsa pendurada, uma sacola com tênis que comprei para ela e uma criança de 11,5kg no braço. A companhia aérea era do outro lado do aeroporto, eu achei que nunca na vida ia conseguir fazer o check-in, embaixo do ar condicionado e cheguei completamente suada no outro lado. Helena sem querer por nada nesse mundo ir pro chão, minha coluna me matando, o braço quase gangrenando com o peso, consegui! Jesus eu consegui. Entrei, faltava um pouco para embarcar, vou pegar um capuccino. Lena ama café, é minha filha, então dá pra entender. Sempre que ela pede ponho um pouco com água. Terminei meu café e ela pediu o restinho, foi tomando com a colherinha. De repente acontece a tragédia, a colher caiu no chão. Na hora peguei e disse que ia jogar no lixo, pelo grito de choro que ela deu, acho entendeu "nunca mais você vai tomar café na sua vida". Todo mundo olhando, coisa que não me importa, mas estávamos atrasadas, "toma essa colher mulher e vamos embora pelo amor de Deus!". Parou o choro. O riso ao redor foi certo!
Quer saber o que foi pior? Reservei cadeira na janela e me colocaram no meio, entre dois homens que graças a Deus foram muito compreensivos com uma criança que não parou o vôo inteiro mesmo morrendo de sono. E aí aconteceu o impensável, quando o avião encostou no chão ela dormiu. Sim, ela dormiu no pouso. Não tenho o que dizer sobre isso.
Mas olha, valeu a pena, foi cansativo demais, eu não via a hora de chegar em casa mas valeu a pena, foi maravilhoso! Entendeu? Nem eu.
Stefânia Acioli
@tevejomae
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