Como tirar a chupeta!
Helena sempre usou chupeta. Aos 2 anos e meio começamos um processo de retirada que não conseguimos levar adiante. Com o passar do tempo comecei a me preocupar, porque ficava cada dia mais difícil e ela cada dia mais apegada. Cheguei a cortar a chupeta, fazer furo na ponta, não adiantou.
Em 2019 a escola ajudou a tirar durante o dia, mas sempre voltava com as férias escolares e recessos. Com a chegada pandemia ela ficou ainda mais apegada e em diversos momentos, principalmente quando ela não queria colo, a chupeta foi o acalanto para a ansiedade de estar presa em casa. A verdade é que nem eu estava bem o suficiente para segurar esse processo. Quando senti que eu estava firme na minha decisão iniciei a retirada pelo dia.
Alguns recursos que usamos no processo de retirada gradual, pelo dia e posteriormente pela noite, foram:
- Livro sobre a chupeta.
Comprei um livrinho em que a menininha doava a chupeta depois de perceber que não precisava mais dela. Eu disse que a personagem do livro tinha 4 anos e Helena se identificou com a história. Não foi instantâneo, o livro fez mais sentido para ela no decorrer do processo.
- Delimitando o tempo de uso
Comecei delimitando o quanto ela poderia usar durante o dia. Usei alarmes que quando tocavam ela sabia que precisava guardar ou que já poderia pegar novamente. Mas aconteceu de ela não lembrar da chupeta e o alarme tocar, despertando o interesse, além de causar uma certa ansiedade pelo momento de sugar novamente.
- Delimitando o espaço
Passei a delimitar o espaço onde ela poderia usar a chupeta, então para usá-la deveria permanecer no quarto. Usei essa técnica para diminuir o interesse dela no uso, já que perderia momentos de convívio por conta do objeto. Essa perda já vinha acontecendo, já que por diversas vezes parou no meio de uma brincadeira para usar a chupeta, ou quis voltar para casa porque estava sentindo muita falta.
- Conversa com a dentista
Na sua primeira consulta, pedi para que a odontopediatra conversasse com ela sobre as implicações e consequências futuras do uso frequente. De forma didática e lúdica, a profissional mostrou o quanto a chupeta poderia prejudicá-la no futuro. Além de me dar a ideia de plantar a chupeta junto com alguma sementinha de fácil cuidado e crescimento rápido, como orégano por exemplo.
- Conversa em casa
Há meses venho conversando com ela sobre a retirada, a idade e enfatizando sempre que, sabendo o quanto é difícil, nós sempre estaríamos prontos para acolhê-la. Então com o inicio das aulas em 2021, acordamos que só poderia usá-la quando a lua aparecesse, passando para apenas no momento em que já estivesse pronta para deitar e dormir.
- Acolhimento
Aproveitamos que dormiríamos por 3 dias em outro local para a retirada da noite. Explicamos que ali chupetas não poderiam ser utilizadas e que deixaríamos em casa. Ela aceitou numa boa e nos surpreendeu. Esperávamos por muito choro, muito grito, mas não aconteceu. Demorou um pouco mais para dormir, mas abraçou um ursinho e depois que pegou no sono dormiu a noite inteira! Segundo dia pediu colo, água, mais colo, li o livro da "Tchau tchau chupeta" e mais uma vez dormiu bem. A partir daí a chupeta não retornaria mais de forma alguma.
No primeiro dia de volta para casa ela chorou bastante, bem baixinho, teve muito colo, ninei, cantei, abracei, ela abraçou o ursinho e dormiu.
O processo de retirada do bico artificial começa em você. Essa escolha deve ser tomada quando estamos conscientes de que não voltaremos atrás e conseguiremos ser apoio total naquele momento. Aos 4 anos e 7 meses foi o nosso momento. Você não precisa esperar tanto, vá se trabalhando quando achar que já é hora. E não esqueça que seu filho pode te surpreender!
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