Ela nem queria ter filhos!
Foto: freestocks.org |
Ela não teria tido 15 filhos se pudesse escolher. Acredite.
“Aaa minha avó teve 10 filhos e ainda diz que hoje é tudo uma pouca vergonha”. Ela não teve escolha. Repito, ela não teria tido 10 filhos se pudesse escolher.
Talvez nem gostasse tanto assim de crianças, mas teve um filho por ano.
Talvez nem gostasse tanto assim do marido, mas teve um filho por ano.
Talvez ela nem quisesse ser mãe, mas não teve direito nem a manter seu resguardo.
Ela não teve escolha. A possibilidade de ser ou não mãe era uma ideia distante. Sempre foi atribuído o papel social da maternidade á mulher, ou seja, vai muito além de uma questão biológica.
A reprodução atestava, e ainda hoje atesta, a feminilidade da mulher, dessa forma, o ato sexual era exclusivo para a reprodução. A mulher era mulher na medida em que seu corpo era capaz de perpetuar a espécie. Ela teve um filho por ano porque só servia para isso, satisfazer o marido e reproduzir.
Também era e em alguns lugares ainda é, principalmente para adolescentes, uma maneira de ascender na sua posição social, ocupando um outro patamar na comunidade onde vive.
O primeiro método anticoncepcional para controle de natalidade só surgiu nos anos 60, que é quando surgem as pílulas anticoncepcionais. Veja, para controle de natalidade, diferente de um direito de escolher ter ou não filhos. Falaremos mais sobre planejamento familiar.
Ela não teria tido 15 filhos se pudesse escolher. Acredite.
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