Qual a maior dificuldade da maternidade?
Achei que a maior dificuldade da maternidade era a privação de sono, a introdução alimentar ou a amamentação. Achei que não havia algo pior que a solidão, que cuidar de recém-nascido era a coisa mais desafiante do mundo, que nada era mais difícil que não me culpar. Esqueci do educar.
“Siga seus instintos: você é mãe, saberá exatamente o que fazer”; não é bem assim. Eu sabia exatamente como educar um filho até que tive um.
É só passar meus valores, dizer “não” e ser firme nas decisões, não é? É só olhar nos olhos, falar baixo e explicado, não é?
É só esperar o tempo da criança, incentivá-la a ser independente, não fazer por ela o que ela pode fazer sozinha, não é?
É só segurar a mão, dar brinquedos educativos, bons exemplos e bons conselhos, não é?
Educar é só educar, não é?
Na prática a gente descobre que não tem livro, podcast, vídeo na internet de “Como educar seu filho”
que nos diga o que fazer, não existem fórmulas, não existe manual. Você tira boas ideias, aprende a lidar com algumas situações em que aplica o método que te foi ensinado; mas o educar do seu filho é com você.
Educar não é só ensinar, não é só falar, educar não é só educar. Não tem coisa mais difícil na maternidade, para mim, que educação. Na teoria você não é testada, não tem sua paciência esgotada e não lida com uma pessoa de verdade. Na prática, tudo o que podemos fazer é confiar em nós mesmos, aprender o que puder e encaixar cada ensinamento na nossa realidade; os que não encontram lugar a gente descarta, com certeza estão sendo adequados a outra família.
A grande verdade é que, quando temos filhos, em 90% do tempo quem ensina são eles. Os grandes alunos somos nós.
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