Desabafo de uma mãe e mulher cansadas
Não amanheci muito bem. Ao deixá-la na escola vi que ficou tristonha, querendo chorar, como quem pede para voltar. Também saí assim, querendo voltar, pegá-la e trazer comigo para casa, voltei chorando, pensando nela. Como é difícil deixar uma parte de você assim. Mesmo sabendo que é necessário, principalmente para mim, não pude deixar de sentir aquela dorzinha, que não é só física e tanto machuca.
Confesso que ando bem esgotada mentalmente com tantas atribuições. Sinto que faço muito e ao mesmo tempo nada. Deixo tudo pela metade. As 6 matérias na faculdade me consomem, os trabalhos infinitos que nos pedem uma carga horária que não temos. Nunca pedi tanto por férias.
Aí penso nas férias. Me bate um desespero quando lembro dos quase dois meses que passará em casa, 24h por dia sob meus cuidados. Não sei como vou dar conta dela, da casa e de todas as outras atribuições de todos os dias. Tenho uma crise de ansiedade ao pensar nisso, me paralisa. E não me diga para não pensar, para uma pessoa ansiosa não pensar é uma tarefa dificílima.
Ando indo dormir já pensando no outro dia, em em tudo que me aguarda e não darei conta de fazer. Nos trabalhos que não entregarei como gostaria, na atenção que Helena irá demandar e eu não conseguirei dar. O corpo parece que adormece, o coração acelera e o choro fica retido. Depois ele vem, com toda a força de quem estava preso.
Preciso parar. Tentar abraçar o mundo não é saudável e tenho sentido isso muito bem nos últimos tempos. Já foram umas 4 crises de ansiedade e uma depressiva que me deixou uma semana sem ir para a faculdade. Meu marido pergunta se quero que ele venha para casa, mas será possível que tudo isso além de me paralisar ainda vai paralisar ele? Então digo que não.
Essa nem de longe é a foto mais bonita que tenho no celular, acabei de tirá-la, mas esse post é só um desabafo, porque hoje não estou bem e precisava falar.
Stefânia Acioli
@tevejomae
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