Os filhos voam, mas vez ou outra voltam para o ninho
"Onde tu aprendeu isso menina?" Provavelmente essa é a pergunta que eu mais tenho feito nos últimos tempos.
De um tempo pra cá ela começou a fazer e falar coisas que mostram claramente a bebê que ela não mais é. Aí vem aquele sentimento ambíguo típico da maternidade, ao mesmo tempo em que me divirto e admiro as novas habilidades e novos modos de pensamento, o coração fica apertadinho vendo-a crescer tão rápido.
O que acontece é que mesmo que aproveitemos muito, nunca parece que aproveitamos ao máximo, sempre dava para ter feito mais, brincado mais, rido mais, abraçado e beijado mais. Passa rápido, passa mesmo, principalmente porque a vida moderna exige muito de nós, exige tanto que nos dias mais cheios parece que fizemos absolutamente nada.
Fica tudo picado, é difícil focar em algo por muito tempo, você fica de um lado para o outro o dia inteiro, chega na cozinha e lembra do quarto, chega no quarto lembra do trabalho, senta para trabalhar e lembra dos estudos... Assim o dia passa, a sensação é de ter deixado tudo pela metade.
Difícil mesmo é sentir que deixou o maternar pela metade também. Então se depara com as novas gracinhas, o novo modo de se relacionar, o início da independência ao querer fazer tudo sozinho e se pergunta onde estava que não viu passar tão rápido. E se dá conta que estava ali, bem ali, com as asas abertas tentando protege-lo do mundo ou imerso nos cuidados e nas brincadeiras, sem prestar atenção ao relógio.
Tic tac tic tac e entende que viveu o máximo que podia e continua sendo a melhor versão de você para ele, e de tudo o que hoje ele sabe grande parte veio de você.
Calma coração, eles voam, mas vez ou outra eles voltam pro seu ninho.
Stefânia Acioli
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